A categoria dos hatches compactos premium está carente de novidades no Brasil. Sem atualizações recentes, VW Polo, Fiat Punto e Citroën C3 já não despertam fortes emoções. Nesse cenário tropical, a chegada do New Fiesta representa uma brisa refrescante no clima morno do segmento.
O hatch faz parte da estratégica frota global com que a Ford planeja conquistar novos territórios. Com design magnético, ótimas referências à dirigibilidade e acabamento diferenciado, o New Fiesta enfrenta no preço seu maior obstáculo. Parte dos 48950 reais, valor sugerido na primeira quinzena de setembro. É mais caro que o desatualizado trio de concorrentes e perde em tamanho ao lado de Bravo e Peugeot 307. Na versão de entrada, é só 500 reais mais barato que o C3 Picasso. Isso indica que, frente à concorrência, um preço mais sugestivo poderia torná-lo a opção imediata para quem procura um carro moderno e gostoso de dirigir.
De frente, reconhece-se o hatch pela grade do radiador, que é da cor da carroceria. O sedã utiliza uma peça cromada, com três filetes que vão de farol a farol. Se você reparar nos cantos inferiores do para-choque, pode estranhar os apliques cromados com uma linha de leds. A peça é novidade e também será incorporada ao três-volumes.
Visualmente, o hatchback supera o sedã pelo equilíbrio das linhas, mais proporcionais. A traseira tem cortes angulares que sugerem agressividade, tipo de design que tem feito sucesso nos modelos coreanos. Assim como no Fiesta Sedan, os para-choques proeminentes dão volume à carroceria e de tabela obedecem a uma exigência da legislação americana.
Também do hemisfério norte vêm os bancos largos na dianteira. Os assentos tamanho G oferecem bom suporte ao corpo, mas têm espuma macia demais. Quem viaja atrás não conta com o mesmo conforto. O teto é baixo e o interior passa uma incômoda sensação de confinamento. Se o motorista tiver mais de 1,80 metro, fica difícil até para instalar uma cadeirinha infantil.
O motor trabalha com suavidade e em silêncio. A engenharia da Ford merece um brinde pelo trabalho de coxinização, o que contribui para a redução das vibrações do veículo. Tudo conspira a favor de uma condução mais esportiva, com o motor girando mais alto, sem que isso gere desconforto na cabine. O motor 1.6 16V flex desenvolve 115 cv a 5500 rpm quando abastecido com etanol, números que não o diferenciam da concorrência.
Difícil não gostar do painel, que repete o bom gosto da carroceria e transmite um ar futurista que seus rivais não têm. É belo, mas pouco prático. Os botões centrais são inspirados em um formato de paralelogramo e ficam afastados das mãos do motorista. Tive alguma dificuldade para me entender com o sistema Sync, criado em parceria com a Microsoft. É pouco intuitivo e requer prática para usar.
Nessa faixa de preço, o Fiesta chega com atrativos incomuns ao segmento, como direção com assistência elétrica, sete airbags e controle de estabilidade. Outro assistente incomum - e bemvindo - é o hill holder, sistema que mantém os freios acionados por 3 segundos quando o motorista alivia o pedal num aclive.
Assim como o sedã, o hatch chega em versão única, com três pacotes de opcionais. O mais em conta inclui arcondicionado, rodas de liga de 15 polegadas, sistema de som com Bluetooth e travas e vidros elétricos. A combinação intermediária acrescenta os freios ABS, airbags duplos e sistema multimídia. O último pacote, que foi o do carro testado (de 54 950 reais), soma sete airbags, bancos de couro, rodas aro 16, retrovisores com piscas e leds de uso diurno no para-choque dianteiro.
TESTE
DESEMPENHO
0-100 km/h (s) 11,2
velocidade máxima (km/h) 190
3ª 40 a 80 km/h (s) 7,9
4ª 60 a 100 km/h (s) 11,4
5ª 80 a 120 km/h (s) 21,2
80 a 0 km/h (m) 30,2
120 a 0 km/h (m) 63,8
consumo cidade (km/l) 8,2
consumo estrada (km/l) 11
0-100 km/h (s) 11,2
velocidade máxima (km/h) 190
3ª 40 a 80 km/h (s) 7,9
4ª 60 a 100 km/h (s) 11,4
5ª 80 a 120 km/h (s) 21,2
80 a 0 km/h (m) 30,2
120 a 0 km/h (m) 63,8
consumo cidade (km/l) 8,2
consumo estrada (km/l) 11
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